quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Quem canta os males espanta...

     Olá, pessoas!

     Esse post vai ser rapidinho porque ainda estou molinha da QT. Mas queria dividir com vocês uma experiência que vivi ontem e achei emocionante. Já coloquei aqui fotos da minha quimio, né? Temos música ao vivo, com um músico além do especial, que sabe como ninguém levantar nosso astral (Alex Lamunier, obrigada!!), além do talento musical incomparável... Enfim, um ser humano iluminado, com certeza! Não é a toa que ele está lá, animando a todos nós!


     Pois bem, na quimio passada já havia me emocionado com os velhinhos que se soltam, cantam, pedem música e até se arriscam ao violão. Enfim, pessoas que pareciam estar travadas ao longo da vida, mas que a música permitiu que se soltassem... Muitas vezes precisamos levar um susto da vida para aprender que podemos TUDO, basta querer, e a música permite ainda mais isso. Pessoas que pareciam fechadas, reclusas, retraídas, em pouco tempo estão lá cantando e sorrindo, apesar dos pesares.

     E vamos ao que interessa. Minha experiência na QT: uma moça que estava com carinha beeem fechada quando cheguei à QT e escolhi a cadeira em frente a ela, que não mostou um branquinho do dente, quando dei boa tarde, que parecia estar se sentindo mal, e que depois teve uma reação à quimio, ao começar a ouvir a música, acordou e até pediu uma... E ao final, estava cantando baixinho, mais leve, mais solta. Enfim, quem canta os males espanta, MESMO!

     Uma das pessoas que mais me ajudou (e ajuda) é a prima emprestada da minha melhor amiga (Márcia, é você!!!!). Ela mora em São Paulo, mas em tempos de internet, distância não é nada. Uma das dicas que ela me deu e que tem sido uma das mais importantes é: ouça música! E eu tenho feito isso, graças a ela é que sempre tento colocar músicas nos posts! E canto a plenos pulmões, cuspindo os alvéolos e bronquíolos, mas canto! Afinal, quem canta os males espanta... e os meus males já estão indo embora! :)

     Para quem ia fazer um post pequeno, me empolguei, né? Mas é que me animei com a música. Prestem atenção na letra!

Maria, Maria                                                               
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rí
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!...
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho, sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Coisas que aprendi/descobri com o câncer

Olá, pessoas!
     Antes que vocês achem que eu fiquei maluca, virei Pollyanna de vez (mais uma vez ela aparece aqui...), ou surtei mesmo, vou me explicar. Não que eu tenha achado maneiro ter câncer, não que eu queira que qualquer outra pessoa no mundo passe por isso, mas já que eu estou passando por isso, nada melhor do que aprender com essa experiência e mais, tirar algo de útil dessa vivência. Como dizem: “se a vida te der limões, faça uma limonada”! E eu estou fazendo, e a minha ainda é daquela do galão da praia, com mate beem gelado e biscoito Globo! 

     Chega de enrolação e vamos ao que esse post se propõe:
Coisas que aprendi/descobri com o câncer   
(não está em ordem de importância, mas sim de lembrança mesmo!)


1-       A vida é bela. De verdade. E vale a pena viver intensamente cada minuto.
2-       Ter saúde é tudo de bom. O resto a gente corre atrás.
3-       Nada como a família. Ela é o pilar da nossa vida.
4-       Por falar em família, nada melhor do que uma família enorme, cheia de primos. Adoro!
5-       Mãe é sempre mãe. E se você tiver uma madrinha que vale por uma, melhor ainda! Nada como ter duas mães!
6-       Nada como um amor verdadeiro. E companheiro (e rubro-negro!).
7-       Os amigos de verdade são poucos. Mas os poucos que temos, são de verdade.
8-       Não se preocupar com problemas pequenos. Dar o tamanho devido a eles.
9-       Aproveitar os dias de sol. E os de chuva.
10-   Dar mais valor ao que se consegue fazer. A cada dia.
11-   Poder comer o que quiser, quando quiser é muito bom. Se não tiver gosto de “pau do metrô”, então... (eu sei, é de metal, mas eu chamo de como eu quiser!rs)
12-   Sentir o vento na careca é bem gostoso, não precisar secar o cabelo antes de dormir é ótimo, mas poder pentear o cabelo e escorrer a água depois do banho é beem melhor.
13-   Poder sair sem ter que colocar algo na cabeça também faz falta. Poder atender o entregador sem ter que colocar lenços ou peruca também era bem legal! Vou dar valor a essas pequenas coisas depois...
14-   Ainda sobre cabelos (só quem perde sabe a falta que eles fazem!): que saudade de fazer um rabo de cavalo!
15-   O dia em que eu voltar a subir uma escada sem ter a sensação de que corri a Meia Maratona, vou comemorar como se tivesse corrido o Iron Man!
16-   Já que toquei no assunto: jamais serei sedentária novamente!
17-   Ficar com a minha Nina me faz muito feliz. Quando voltar à vida normal, farei isso mais ainda.
18-   Ir à praia me faz muito feliz também. Darei mais valor a cada mergulho, a cada pisada  na areia.
19-   Viajar me faz mais feliz ainda. Viajarei sempre que der.
20-   Viver me faz mais feliz ainda ao cubo. À milésima potência. Melhor: à ∞ potência!



Até mudei de letra, para dar um "plus a mais"...
E tome de música: "Nada do que foi será..."


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Que falta me faz um xodó...

     Olá, pessoas!

     Hoje estou carente... Longe de mim ser por falta de carinho e cuidados, mas tem dias que parece que nada é suficiente para nós, não é?

     Acho que a medida que vai chegando o "fim" do tratamento, ao mesmo tempo em que você dá graças a Deus por estar acabando, você também já está nisso há mais tempo... Se antes, era o susto, o medo, o corre-corre atrás de exames, cirurgia, biópsia, "como será a quimio?"; agora fica a contagem regressiva, os DEfeitos colaterais da quimio, aquela vontade de que tudo passe logo, mas ao mesmo tempo  um medo de como vai ser encarar tudo, como vai ser voltar à vida "real" depois de um susto desses... E olha que estou considerando como "fim" do tratamento o fim da quimioterapia, que, se Deus quiser, acaba agora no final de setembro... Não levo em consideração a cirurgia, muuuito menos as injeções de Herceptin (essas vão até JULHO de 2012!)!!

     E aí também vem a preocupação com quem está em volta... Ontem eu ouvi uma frase que me fez repensar:  "Claro que está sendo difícil para você, mas você não tem opção, você tem que estar dentro disso! Para os outros sempre vai haver a opção de não estar..." Dita assim, pode até parecer dura, né? Mas quer uma verdade mais verdade do que essa? Essa doença é minha... Agradeço todas as noites a Deus por não ter ficado sozinha, por ter uma família e amigos maravilhosos que não me deixaram me sentir só em um só minuto, mas você saber que os outros estão sofrendo e estão também cansados por sua causa? Ruim, né?

     Ao mesmo tempo, o que podemos fazer? Subir para o alto da montanha e nos isolar? Chutar todo mundo porta afora e falar "voltem em 1 ano, estarei melhor"? E ficamos nessa confusão de sentimentos: ao mesmo tempo que não queremos ser um estorvo na vida de ninguém, não queremos (nem devemos!) ficar sós. Complicado, não?

     Que texto doido, né? Comecei falando que estava sentindo falta de um xodó, termino falando que queria não estar dando trabalho para ninguém... Deve ser porque minha cabecinha está assim, confusa! Será que o Granulokine faz isso também? :) Bem, acabo por aqui, agradecendo a cada "chamego" que me dão (seja real ou virtual), aproveitando para dizer "MUITO OBRIGADA" a quem está por perto (no coração, e não necessariamente na distância "espacial") e torcendo por mim, e dizendo: posso não saber pedir, mas adoro um cafuné, viu? :)

     Uma ótima semana para todas! (E peluamordideus, que dor é essa do Granulokine? G-zuz!)

      Mil beijos!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eu uso lenço sim, estou vivendo...

...tem gente que não usa, está...

Olá, pessoas!                                         


     Mais um post-manifesto! Mas, não, não estou revoltada, é simplesmente um apelo... DEIXEM AS PESSOAS USAR LENÇO EM PAZ!    

     Como vocês sabem, estou naquele look que varia entre o kiwi-bebê-de-3-meses-interno-da-Febem, e como ainda não sou uma mulher totalmente destemida, como a Sinead O´Connor, ainda prefiro esconder meus parcos cabelos embaixo da peruca ou dos lenços. Até aí, morreu Neves, né? 

Pausa para o Momento cultural:
HISTÓRICO:
Joaquim Pereira Neves, assessor do Padre Feijó, teve uma morte horrível, sendo decapitado por índios. Não se falava mais nada na Capital a não ser na morte do Neves. Encheu tanto o saco que as pessoas começaram a dizer: "até ai morreu o Neves", ou seja, quero novidades.

     Mas, voltando ao assunto... Sei que já desabafei sobre isso, mas é que realmente incomoda virar o centro das atenções, e principalmente virar alvo de preconceitos. Sei que uma pessoa de lenço na rua não é o "habitual", não é a coisa mais normal do mundo, afinal as pessoas em geral têm é cabelos mesmo (mesmo os carecas têm uns fios aqui, outros ali), então entendo as olhadas de rabo de olho e até já me acostumei com elas. Mas o motivo de eu estar aqui "bostejando" mais uma vez sobre isso é sobre a reação, digamos assim, mais agressiva das pessoas. E quem sabe, a gente escrevendo/lendo sobre isso, consigamos perceber e evitar esses olhares que lançamos em relação a outras "diferenças"...


     Então, vamos lá:

- De uma vez por todas, quem usa lenços não é discípula direta do Bin Laden: Não, nós não vamos explodir nada, nem ninguém! A não ser que você continue me olhando com essa carinha de medo...

- Não, não... quem usa lenços não necessariamente está com uma doença contagiosa fatal, que veio da savana africana (ou seria das estepes siberianas?), pega através do contato com a fêmea do macaco-dourado-da-crina-real (tá, nem eu sei de onde eu tirei isso! Hematócrito baixo, baixa oxigenação cerebral...é pode ser!)

- Não, eu não estou usando esse lenço para ser uma "adolescente-rebelde-sem-causa"! Primeiro porque já faz teeeempo que deixei de ser adolescente, segundo porque se eu fosse ser rebelde, eu teria lá uma certa causa (num país como o nosso?), e terceiro porque eu acharia mais maneiro usar outras formas de manifestar minha raiva contra os políticos do país... 

- Não, eu não cortei os cabelos por uma infestação maciça de piolhos! Pode sentar do meu ladinho na sala de espera...

- Não, não precisa me olhar de canto de olho, eu perdi os cabelos, não a visão! E sim, infelizmente estou com câncer e fazendo quimioterapía! E sim, o câncer é democrático: não escolhe cor, raça, credo ou classe social. Não sou "bonitinha" demais para ter câncer, nem feia demais para não tê-lo...

- Ah, sim, sim, o que eu tenho é câncer! Não precisa olhar para a capa das mil revistas com o Gianecchini (alguém chegou a perguntar para ele se ele estava a fim dessa exposição toda?) e olhar para mim com essa carinha de compaixão. Ninguém sabe o dia de amanhã. E mais uma vez, sim, o câncer pega da presidente da república a essa pobre médica pensionista do INSS, do ditador de um país próximo ao personagem pegador da novela. 

      Mais uma vez foi mal aí, o post revoltado. Vai uma tirinha da Mafalda para amenizar! 



     Quem já passou por alguma situação inusitada dessas ao usar lenços, e quiser compartilhar, sinta-se à vontade, o blog é de todas nós... Depois de passar por isso, passei e me policiar mais e reparar nos meus olhares para os outros... Muitas vezes um olhar vale mais que mil palavras e muitas vezes as palavras podem ser duras. Claro, que a maioria das pessoas é do bem, e torce mesmo é para a gente ficar boa logo! A essas mais uma vez o meu MUITO OBRIGADA! 

     Mil beijos em todas e um ótimo fim de semana!

     E mais uma musiquinha...só que "sem lenço e sem documento!" (o nome não poderia ser melhor: "Alegria, alegria". E ainda vale para a gente lembrar daqueles que lutaram por um país mais justo...)



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Puxando o freio de mão...

     Olá, pessoas!

     Mais uma vez o dia está lindo lá fora e cá estou eu curtindo essa astenia, esse cansaço gostoso, essa moleza que se abate sobre o ser que fez quimio há uma semana... Impressionante como cada sessão vem com uma "surpresinha" diferente: é o Kinderquimio!

     Se nas primeiras sessões à la Campari (aquelas vermelhinhas me dão nhecati só de olhar a cor do líquido), eram enjoos intermináveis, "até que os olhos mudem de cor...", ter o baque da queda de todos os pelinhos do corpo, fora outras cositas más, que prefiro esquecer; nesses ciclos da "branquinha" (e não é a do Maradona, viu?), parece que o cansaço vem que vem que vem quicando (sorte que sem Os Havaianos!), é uma moleeeza, uma fadiga, uma sensação de que estou sempre correndo a meia maratona (porque a inteira eu sei que não estaria aqui para contar a história!), sempre estou colocando meus bofes para fora! É aí que vem a realidade...


     Sim, querida Marina, já se passaram 6 meses do diagnóstico e muitas vezes você parece não ter se dado conta do que você está tratando... E não, não é negação, pois essa deve ter durado uns 5 minutos do abrir do envelope à ligação para os médicos... É sim, aquela velha dificuldade de "puxar o freio de mão", de deixar de ser ansiosa, de querer abraçar o mundo com as pernas... Em pleno tratamento quimioterápico eu ainda me pego me preocupando com trabalho, com o que mais eu devo fazer, que eu não quero parar, que eu tenho que estudar mais, como vai ser, será que eu consigo... Chega de se cobrar, Marina! Tudo tem seu tempo e quando for a hora, as coisas vão se encaixar certinhas...

     Devo estar parecendo maluca, em estar escrevendo para mim mesma, né? Mas antes que vocês achem que eu surtei, é que de vez em quando a gente precisa dar uns "puxões de orelha em si mesmos". A vida está me dando essa chance, de eu repensar o que eu realmente quero, o que realmente importa... Mas muitas vezes, a velha-Marina reaparece se cobrando e eu tenho que relembrá-la que agora é hora de ficar boa, de se cuidar, de dar tempo para o corpo se recuperar, colocar a cabeça no lugar... Precisei levar uma traulitada na cabeça para me permitir parar um pouco e refletir... E  tenho certeza que isso não está sendo em vão!

     Pois é isso... Eu que vinha numa embalada, descendo ladeira abaixo, sem me permitir ser, de verdade, FELIZ, puxei o freio de mão... Hoje, aprecio o sol, aprecio o dia, aprecio a família maravilhosa que eu tenho, o namorido mais-que-perfeito (e não é verbo!), as amigas (reais e virtuais) lindas e leais (sempre dispostas a me ajudar, me mimar, me fazer rir...) e só não aprecio mais tudo, porque cada coisa tem seu tempo... Assim que meu organismo permitir, vou aproveitar ainda mais... e sem cansar! :)

     Mil beijos em todas!

     P.S. e mais uma música feliz, que eu adoro, da cor que eu amo: "Amanhã, outro diaaaaa..."

   

sábado, 13 de agosto de 2011

Câncer, mídia, meios de comunicação... E a gente nisso tudo?

     Olá, pessoas!

      Como está sendo o fim de semana de vocês? O meu está sendo tranquilo, tentando me comportar melhor, comer menos besteiras (mas não resisti e comi pizza e sundae! É que os enjoos são bem menores agora do que durante a série vermelha, aí você esquece que está fazendo quimio e meio que enfia o pé na jaca...). Estou agora tendo um diálogo-amigo com os dois, eles querem sair, mas eu não vou deixar! Que sigam o trânsito normal, sigam o fluxo! Para frente - no caso, para baixo - é que se anda!


      , já enrolei bastante, um primeiro parágrafo inteiro, vamos logo ao que interessa, porque a tal astenia está querendo se chegar e pode ser que eu durma antes de terminar esse post. Vocês já repararam como o câncer está na mídia? Na verdade, acho que sempre esteve, mas por motivos óbvios tenho reparado mais nisso...(apesar de, infelizmente, ter convivido com vários familiares com câncer, sem contar os pacientes...). Mas ultimamente tenho percebido de uma outra forma como os meios de comunicação abordam o fato... Nossa, entendo que seja duro, entendo que seja péssimo receber uma notícia dessas, afinal eu recebi, mas eles colocam como se já fosse um atestado de óbito assinado... E é um tal de gente opinar, se meter, fazer previsões... Deixem os pacientes com câncer viver...e apenas se curar! Adoramos receber força, apoio, carinho, orações, mas desprezamos olhares de "peninha", dó e carinhas de "ai, tadinha"!

     Sei que tenho usado muito isso aqui para desabafar, mas um dos propósitos desse blog é esse mesmo... Não estou mais triste, nem mais revoltada, só estou tendo mais tempo para refletir...:) Que cada vez mais o câncer tenha espaço na mídia, mas para as pessoas se cuidarem, que os exemplos sirvam para que se façam diagnósticos mais precocemente e a cura chegue para a maioria! Que o espaço seja para que se consiga diminuir filas, que a população tenha mais acesso aos serviços de saúde... E não apenas para vender mais revista de fofoca...

      Mil beijos e um ótimo dia dos pais para todos!


     P.S. Como há anos atrás perdi meu pai para um câncer de pulmão, aproveito o momento para pedir para aqueles que ainda fumam, que parem o quanto antes... A gente sempre acha que com a gente não vai acontecer, até que acontece! Pare enquanto é tempo... e dê a alegria da sua convivência a toda a sua família por mais anos! Saudades eternas, pai!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Desabafo, insônia, ansiedade... Precisa mais?



     E cá estou em mais uma noite de insônia, acordada desde às 5 da manhã, esperando o dia clarear, para fazer nada... Nada não é bem o caso, pois hoje tenho a perícia do INSS, lugar para ser mal-tratada, sendo que já estamos tão fragilizados. Sei da importância de irmos até lá, sei do número enorme de fraudes, etc, etc. Mas custa partir do pressuposto de que a maioria realmente se encontra doente, e que precisa de um pouco mais de respeito? Longe de mim esperar um Copacabana Palace, mas no mínimo um banheiro com sabonete e papel... Seria pedir muito? Ah, e eu que estou em tratamento quimioterápico, fico no mesmo salão com mais 200 pessoas com doenças infecto-contagiosas... Se é exatamente por não poder lidar com esses pacientes que estou afastada das minhas atividades laborativas, por que lá eu posso? (Eu sei, não se compara o tempo, mas, vocês entendem meu ponto de vista?)  


     Bem, é isso... Esse é apenas mais um lugar onde o cidadão é tratado com descaso. Sim, porque depois do INSS vou ao Juizado Especial Cível, tentar resolver um processo contra o meu dileto banco... Nunca havia entrado na justiça contra nada, nem ninguém, sempre fui daquele estilo: “ah, deixa para lá, vai dar trabalho, vai demorar”, mas a vida ensina e no auge do meu estresse (mais especificamente no dia em que descobri que faria a quimio), meu banco resolveu me dar uma sacaneada... Sangue de barata tem limite, né? E lá fui eu... Atendimento prioritário, afinal sou portadora de doença maligna: de fevereiro marcaram para junho! E em junho, lá estava eu... A fim de não me estressar (MAIS!), aceitei qualquer merreca, mais pelo prazer de acreditar estar ensinando ao banco que ele não deve fazer isso, “ai ai ai, menino feio”! E em 15 dias úteis o dinheirinho (inho mesmo!) estaria disponível... Afinal: sou prioridade, lembram?
Bem, já se passaram quase 2 meses, e nada! E tome de idas ao JEC (já até fiquei íntima!) e ninguém sabe informar nada... É, depois falam dos hospitais...

     E essa tem sido minha vida... Resolver problemas em bancos, idas a juizados, perícias... E tudo colocando os bofes para fora! Afinal, não estou de “férias” como muitos pensam, mas sim afastada do meu dia-a-dia porque meu médico acha mais seguro... Não está sendo nada fácil, não estudei tanto para ficar vendo Mais Você (tudo bem, eu reconheço, adoooooro o Louro José), nem Bom Dia e Cia, Dia a Dia, Dia Feliz, e piooooor, aqueles programas vespertinos... É, mas me falam: “seja menos ansiosa”, “faça cursos”... (com a fortuna que estou ganhando do INSS, só se for curso para jogar bolinha no sinal, limpar vidro de carro – e ai, de quem fechar o vidro na minha cara, hein?). Sei que quem fala isso só quer meu bem, mas que está sendo beeeem difícil, aahhh está! E quando eu achava que estava melhorando, meu corpinho me deu uma rasteira e lá estava eu numa emergência...(pelo menos me pouparam do roupãozinho bunda-de-fora! Uhuuu!). E já está acabando... Se Deus quiser, ao menos o curso de Geriatria que eu tanto quero refazer, eu vou conseguir... E como sei que Ele está sempre ao meu lado, quando pelo menos essa parte da quimio acabar, consigo voltar à Fiocruz... Rezem por mim? (Já sei que muitos de vocês têm rezado, agradeço muuuuito!).

     Bem, gente, é isso...O dia claerou, vou tomar meu bainho... Meu último dia à base da Dexametasona, que tira TOTALMENTE meu sono, e se tudo der certo, sairei feliz da perícia, do JEC e entrarei mais feliz ainda logo, logo num consultório para atender meus pacientes todos. Ai, que saudade do meu esteto! Mas como diz minha mãe: “é hora de se cuidar, para poder cuidar dos outros...”. Mais uma vez as mães estão certas...


     Desculpa mais o tom de desabafo “cospe-tudo”, mas esses dias trancafiados, após anooooos passando os dias na rua estudando e trabalhando deixaram minha cabeça a mil... Sei que tudo vai passar, mas hoje estou assim... Depois melhora! Mil beijos em todas! 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Passando rapidinho para dar notícias!

     Olá, pessoas!

     O jogo da seleção está começando, nem estou animada, mas...vou ficar aqui deitadinha curtindo o momento, se o soninho chegar, chegou... À noite sim, tem Mengão na área, aí sem chance de dormir! :)

    Fiz a 6a quimio ontem, ela é beeem mais tranquilinha, só dá um cansaço, umas dores e nada de enjoo... Mas nem vou me empolgar, porque da última vez eu falei que a danada era boazinha, acabei numa emergência de hospital!

                                                   Eu e o músico (Alex) que anima nossas quimios

Hoje estou bem, perdi o sono à noite, mais por culpa do corticóide do que pelas drogas pesadas mesmo, mas consegui dormir bem pela manhã. Já consegui tomar uma canjinha e melão... ("eu prefiro melão" é a minha frase do momento!). Mais tarde rola um Chicabon e um Bis... E que se dane a dieta! :)

                                                        Dida na Jam Session

     Gostaria de deixar aqui mais uma vez um ENORME agradecimento às enfermeiras fofas do Centron (Gi e Deborah) e mais ao Alex, o músico que anima nossas almas durante a quimio... :) Impressionante como até as pessoas que estão mais "borocoxô" se alegram... muitos velhinhos se juntam a ele e cantaaam... Afinal, quem canta os males espanta! E em homenagem a um velhinho fofo que pediu e se emocionou ao ouví-la, aí vai uma linda música do Cartola...


P.S. Didaaaaa, mais uma vez obrigada por tudo!!!
Mil beijos em todas!

    

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E para você, o que é ser feminina?


feminino (fe-mi-ni-no) 

adj. Que pertence ou é relativo às mulheres: graça feminina. 

Gracioso, terno, dócil: ela é bem feminina. 

Que se refere ao sexo caracterizado pelo ovário (nos animais e nas plantas). 

S.m. Gramática Gênero gramatical dos substantivos, identificável pela possibilidade de juntar-se a eles o artigo "a".

     
      Tá, isso é o que diz o dicionário, mas ao ler as mil revistas “femininas” que me vi obrigada a ler essa semana, em virtude do meu quadro clínico colada ao trono (ou baldinho!), percebi que não é só isso...

     Dependendo da revista, o que se espera de nós mulheres, varia entre ter cabelos sexys (“com penteados que vão aguçar nosso poder de sedução”), ser poderosa (e isso não quer dizer que tenhamos chegado a chefias de empresas, à presidência da República, mas sim, ter um make ideal e o esmalte na cor da moda), ou ainda ter a barriga chapada com a dieta dos grãos, ou a super caminhada que queima 25426 calorias em 30 mins... Além disso tudo, ainda temos que saber fazer sexo tântrico, subir no lustre, usar lingeries variadas todos os dias, cozinhar como se tivéssemos passado pelo Cordon Bleu, ser a super nanny, e ainda ter que imaginar o porquê dos nossos namorados, maridos e afins estarem pensando em traição... UFAAAA! Cansa ser mulher!

     Ah, e isso porque me baseei em duas capas de revistas... Se eu for para aquelas que se acham mais “moderninhas e feministas”, além disso tudo, ainda temos que saber falar sobre a política internacional, opinar sobre a situação econômica do país e ainda querer conquistar postos cada vez mais altos na profissão... Ah, e se souber conversar sobre futebol, ganha pontos, viu? Resumindo: ou você é a super-mulher, ou você... (escolha sua opção!)

     Beleza! Aí você conseguiu chegar perto disso: tem um corpão de madrinha de bateria (sem Photoshop!), é Nobel da Paz, escreveu três livros, mais uma coluna de economia no jornal, tem uma família de comercial de margarina, um cabelo melhor que o da Gisele Bundchen (é possível?) e ainda só come orgânicos... Até que você se descobre com um câncer de mama...

     Longe de mim (e põe loooonge nisso!) ter chegado perto de qualquer das opções acima, mas é para tentar demonstrar o quão difícil já é ser uma reles mulher (e desde quando isso é reles???), que dirá passando por uma doença que afeta tanto nosso lado físico, quanto psicológico... Se já existe essa cobrança quando você está, digamos, no auge da sua forma, que dirá quando se perde um peito e se ganha uma enorme cicatriz no lugar, quando você perde seus reluzentes cabelos, sobrancelhas e cílios, quando você já não consegue mais fazer as unhas, pois elas se tornaram quebradiças, você inchou um absurdo por causa das medicações... O que esperar dessa nova mulher? 

      Mas aí você pensa... Era a “mulher das revistas” que você queria ser? Era isso que “ser mulher” significava para você? Ou te deixa mais orgulhosa estar passando por isso tudo, e ainda estar se preocupando com o próximo? É estar sem cabelos, mas estar feliz por que aprendeu o que a vida tem de mais bonito? É ter que fazer sessões de quimio, e ainda encarar isso tudo com um sorriso no rosto? É não saber o dia de amanhã, mas no fundo, quem é que sabe?

     E, afinal, que “mulher” você quer ser? 

     Mil beijos em cada uma de vocês, mulheres guerreiras e fortes! :)
 E mais uma música... Paulinho da Viola mais uma vez! Linda a letra, linda a música!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Há sempre uma luz no fim do túnel...

     Olá, pessoas!

     Ao som das sirenes, cá estou eu escrevendo... Não, não estou no hospital de novo! Simplesmente acabou a luz em vários bairros da cidade, aí já viu, né? Nenhum sinal funcionando, pessoas presas em elevadores (ah, preciso confessar, tenho medinho de elevador!), celular saiu do ar... É, dependemos mesmo da luz! E sempre há uma luz no fim do túnel, ou na tela de um celular!


     Que raios (vão colocar a culpa neles provavelmente, tadinhos!) o celular tem a ver com isso? Pois é, foi ele que mesmo sem funcionar para aquilo que ele foi criado e a gente já quase nem usa mais (ser um telefone), que me ajudou a encarar os 10 andares de escada... Obrigada ao inventor do celular como lanterna! Pena que ele não vem com uma bala de oxigênio junto!
 
     É, meninas... E que raios (eles de novo!) eu estava fazendo na rua, depois dessa semana turbulenta, que tinha começado com esse ser que vos escreve, agarrada a um balde, que não era estar me recuperando? Pois bem, eu senti que uma depressão leve estava querendo se instalar, e como não quero que isso ocorra, resolvi pegar minha oncoagenda (Sim, ganhei uma agendinha onde ficam marcados exames, consultas, perícias, coisas a fazer, etc) e ver o que eu precisava resolver... Tenho um leve TOC e essa sensação de ir "ticando" e resolvendo coisas me faz um beeeem, quase igual ao prazer de comer uma torta mousse de chocolate (ou profiteroles, ou a torta com sorvete do Gula Gula - e nãoooo, não ganhei dinheiro deles para isso!). Então, fui resolver a vida, tudo deu certo, não peguei fila em lugar NENHUM, e quando volto, o que acontece?

     SEM LUZ! Encarei os 10 andares do prédio da minha mãe, no breu total, com a luzinha do celular (um dia antes eu pensei em baixar o aplicativo que o transforma em lanterna, mas achei que seria uma bobagem, que coisa, raramente falta luz... Ledo engano!). Alguns degraus, uns alvéolos e um brônquio direito perdido lá pelo 8o andar depois... Quando chego na porta da casa, tchanaaaaan: a luz volta! Azar? Não... Sinal de que sempre há uma luz no fim do túnel! Mais um ensinamento da vida: quando você vai atrás daquilo que deseja, por pior que esteja parecendo o caminho, no final, você sempre consegue seus objetivos e uma luz se acende... Mesmo que você dependa da Light para isso! :) Se até a luz da Light volta, imagina a nossa própria, que só depende de nós? Nunca desanimem, nunca deixem a tristeza se instalar, e como diz aquela frase: "Tudo dá certo, se não deu certo, e porque não chegou o fim!"


     Mil beijos e um ótimo fim de semana para todas! E uma musiquinha animada, que ao menos para mim, dá aquela sensação de pé na estrada ! :)


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tudo na vida passa...

     Olá, pessoas!!

     Completando a frase filosófica do título... "Tudo na vida passa, até a uva passa!"

     Estou profunda, né? Casa do Saber perde para mim! Mas é que não achei frase mais apropriada para meus últimos dias! Em todos os sentidos...Vou me explicar! Cada post novo, vocês devem ter a certeza de que estou ficando maluca, mas nãoooo, ainda não...

     Bem, como eu havia dito para vocês, nessa 3a eu ia fazer a 6a sessão de QT (serão 8! Fora o Herceptin por mais 1 ano...)! Estava naquela ansiedade que mistura o "vem logo, acaba logo", com aquele medinho "ai, não, sofrer aquilo tudo de novo?". Quem está nesse momento (ou já esteve!) quimio da vida deve me compreender... Você fica naquele mix de estar de saco cheio de tudo, de querer que o tempo passe logo, mas ao mesmo tempo fica meio assim de ir lá ser furada, saber que vai ficar enjoada, cansada, e outras coisinhas mais que aquelas drogas pesadas, do bem, mas pesadas, nos trazem! Mas tudo bem, pois "tudo passaaaaa, tudo passarááááá..."

     Aí que chegou meu momento "uva passa"... que tudo na vida passa, a gente já sabe, já sentimos na pele isso! Mas o de virar uma "uva passa"? Poxa, por essa eu não esperava! E ele chegou... De domingo para segunda, acordei no meio do madrugada devolvendo ao mundo (por cima!), tudo que eu havia ingerido desde a hora do almoço... (assunto blergh, né? Foi mal! Mas acontece nas melhores quimios...). E foi assim a manhã inteira: das 3 da matina até as 10 horas eu já estava a melhor amiga do vaso e do baldinho! Sim, porque depois da 183a "devolvida", eu já não tinha mais forças para ir até o banheiro... E o que acontece quando você não consegue colocar nada para dentro e ainda põe o pouco que te resta para fora? Pois é...virei um bacalhauzinho! Ou segundo minha amiga-salvadora, Ana, uma uva passa!


Obs. Deteeeesto uva passa! Coloquei essa caixinha pois ela me traz traumas de infância, quando me entupi de uvinhas, e desde então, não consigo mais nem sentir o cheiro das pobres!
    É nessas horas de perrengue-master que você vê como é "impossível ser feliz sozinho"! Fiquei me imaginando sozinha em casa numa situação dessas... Tem coisa pior do que passar mal sozinha? Graças, o redator-chefe ainda estava em casa, minha mãe veio logo depois e eu, mais uma vez, pedi o atendimento de home-care-de-melhor-amiga da Ana, para tentar dar aqueeeela fugidinha do hospital... Sabe como é, né? Adooooro um hospital, mas quando eu estou de jaleco, e não com aquele roupão "bunda-de-fora" e pulseirinha na mão!
P.S. tem coisa mais chique do que ter uma melhor amiga cirurgiã-vascular? Minhas veias agradecem! :) (e o resto do meu corpinho também!)
P.S². estou bem servida de BFF (aaai, como estou teen! Regressão ocorre em pessoas que estão dodóis, né?). Tenho super amiga endócrino (para tentar salvar meu corpinho depois de tanto corticóide!), dermato...

     A Ana chegou, pegou minha linda veia de primeira! (Viu, amiga? E nem doeu!), e tome de hidratação... Eu que nem abria os "zóinho" (como diz a Lilian!), conseguia ao menos voltar a enxergar...e aí, que ela veio: a febre! Sacooooo!!! Eu não ia escapar do momento-paciente-impaciente numa emergência de hospital! Odeeeioooo! E lá fui eu...

     Vou poupar vocês dos detalhes que se sucederam após o momento-hospital, mas resumindo, fiquei lá com mami, Ana e Dida (sempre ela! Minha fada-madrinha!), fiz exames e consegui ser liberada para me tratar em casa... saí feliz por não ter que passar a noite no hospital (isso, nem quando eu dava plantão eu curtia!), mas triste por ter que adiar em mais uma semana o fim dessa fase do tratamento... Mas, tudo passa, né?

     Mais uma vez, tiro uma lição disso tudo: não adianta a gente tentar planejar tanto assim a vida, temos é que aproveitar o hoje, o agora, pois realmente não sabemos o que vai acontecer! Não precisa bancar a maluca e viver como se "não houvesse o amanhã", mas tentar planejar cada momento, ter tudo preestabelecido (ahááá, nova ortografia na área, Googlei isso, claro!), pois a vida nos prepara surpresas... Então, é viver o momento, curtir as coisas boas, e entregar nas mãos de Deus, pois Ele com certeza sabe o que é melhor para nós!

     E que isso tenha sido só um "rio que passou em minha vida..."
     Mil beijos em todas!
     Ana, mais uma vez muuuuuito obrigada por tudo! Bom saber que tenho uma amiga assim para contar!    E aí vai uma música do seu príííncipe Paulinho da Viola (cantada por elaaaa, nossa querida Teresa Cristina)! A gente é Mangueira, mas acaba gostando da Portela também, né?