segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Porque um dia você vai mudar de lado...

       Olá, meninas!

     Para variar, um título meio bizarro. Mas vou explicar logo: saí do lado "paciente" e fui para o lado "acompanhante". E sim, ele pode ser tão cansativo quanto. 

     Minha mãe passou mal esses dias. Nada de emocionante, mas mãe é mãe, vocês sabem. Ela teve uma dor de cabeça e como boa cabeça-dura que é, foi sozinha ao hospital. Começa aí o "outro lado".

     Quando é você quem está doente, você não tem muito o que fazer a não ser enfrentar o tratamento. Não tem muita opção: ou é isso ou morrer. E a não ser naqueles dias de "deprê master blaster plus", a opção MORRER está sempre fora de cogitação. O jeito então é encarar o tratamento que for e seguir em frente. Nunca me considerei a guerreira por isso. Na verdade, não tinha outra opção. Não fui heroína. Qualquer um no meu lugar faria isso. Alguns com mais bom humor, outros com menos, mas todos encaramos cirurgias, quimio, efeitos colaterais e afins. Massss, vamos voltar ao lado "acompanhante"!



     Como é difícil ter medo do que pode acontecer com quem a gente ama, né??? Nossa, acho que nesse momento tive um pensamento mega egoísta do tipo: "ufa, ainda bem que fui eu que fiquei doente!" Ficar do outro lado esperando resultado de exames, tendo que aguardar em salas de espera por notícias, conversar com médicos (nessa hora esqueço os anos de faculdade e trabalho!) e pensar em quais decisões tomar é beeem mais difícil do que ficar doente e receber o tratamento. Na boa. E nessa eu aprendi mais uma coisa: entender o que quem me ama, passou... Deve ter sido difícil para caramba! E mais uma vez aprendi uma lição: temos que tentar nos colocar no lugar do outro SEMPRE. Só assim podemos agir melhor e entender o sentimento (e atitudes) alheio. E facilita para todo mundo. Sei que isso tem um nome em psicologia, mas tô com preguicinha de dar uma "googlada". Foi mal, tá?

     Mas como tudo tem uma parte engraçada. Vamos a parte "sala de espera". Hoje era o dia da ressonância de revisão. Acabou que o lugar onde tinha horário mais perto, era exatamente aonde fiz minhas ressonâncias. Trauminha... Barulho bizarro, lembranças ruins dos dias logo após o diagnóstico. Minha mãe entrou e eu vagando nas minhas lembranças... Até que... Criancinha começa a gritar. Beleza, super entendo. Se eu, adulta, quando me via perto de entrar naquele túnel sem graça, me via com vontade de gritar, que dirá uma criança. Perdoei e compreendi. Apesar de achar que aquela mamãe fofa podia tentar dar uma educada no seu pimpolho. Mas vá lá. Nada que atrapalhasse minha leitura da Claudia de 1967 e da Veja de 1978. Aí sim, você vê que nada está tão ruim que não possa piorar. Sala lotada, tiozão de óculos escuro se achando, senhora reclamando que o exame DELA está atrasado, mocinha estilo periguete senta ao meu lado. Perfume de 5a (6a, sábado E domingo). Mas isso não era o suficiente para tornar aquela experiência revolucionária. Ela pega uma balinha e tasca na boca. Impressionante os sons que uma simples boca é capaz de fazer. Escrevi um post no Facebook e deixei bem visível para que ela lesse. Deve ter lido, porque mudou de cadeira, massssssss.. PEGOU OUTRA BALA e fez ainda mais barulho. Só uma coisa a dizer: saudades do toin, toin, pioonn, pionnn, ta, ta, ta... da ressonância. Ah e quero uma máquina que nem essa da foto!



     Muitos beijos e, por favor, me digam que não sou chata! :) Mas que vocês também detestam barulho de "boca"...


     

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