quarta-feira, 28 de maio de 2014

Eu acredito!!!

     Olá, meninas!!

     Tudo bem?? Comigo tudo ótimo. Vida voltando cada vez mais ao normal, apesar de saber que depois de passar pelo que passamos, voltar ao normal (normaaaal mesmo) nunca mais será possível (como esquecer dos cabelos caindo ralo abaixo, do enjoo das quimios, da cicatriz enorme?). Mas, a vida volta aos eixos e, acho eu, que voltamos encarando tudo de uma forma diferente.

     Eu sempre escrevi aqui sobre meu tratamento, sobre como eu tinha encarado o câncer, mas poucas vezes escrevi sobre minha vida "fora do mundo oncológico". Dividi com vocês várias angústias e várias "divagações", mas sempre que lia blogs sobre câncer, sentia falta das pessoas escreverem como elas estavam depois que tudo passou... 

     Pois bem, cá estou eu 3 anos após a mastectomia, 2 anos e uns quebrados após o término das quimios, 1 ano e uns quebrados (quase 2!!) do término do Herceptin, comemorando com vocês o fato de eu estar me sentindo de volta ao trabalho. Vocês vão estranhar... Mas, ué, já não voltou ano passado? Simmmmmm! Não fiquei doida. Vou explicar... :)

     Em fevereiro do ano passado, tive a chance de voltar a trabalhar antes do que eu imaginava. Como todo recomeço, foi difícil, achava que não saberia mais ser médica, estava insegura com tudo. Mas fui muito bem recebida por todos do Hospital Badim. Tive apoio, carinho, orientação, ajuda e mais todas as palavras bonitas que vierem à sua cabeça nesse momento. 

     Foi difícil? Muito. Se reiventar após 2 anos afastada e tendo passado por uma experiência que te mostra que você tem sim um fim, te faz refletir de todas as formas. Bobeiras são bobeiras. Mas certas angústias são reais. E sempre tive a sorte de ter profissionais ao meu lado que compreendiam isso. Descobri que mais do que COLEGAS DE trabalho, tenho AMIGOS NO trabalho.


     E hoje, nosso hospital foi acreditado com excelência... E isso foi maravilhoso. Mas, além do paciente poder ter confiança na qualidade do nosso atendimento, entendi o real significado da palavra EQUIPE. E esse meu "blablabla" todo foi para isso. Para agradecer enormemente a todos que compõe a grande família do Hospital Badim. Saber que você faz parte de um grupo que quer construir JUNTO no mundo de hoje faz toda a diferença. Sentir que pertencemos a um lugar onde todos querem SE ajudar, faz valer a pena sair todo dia de casa cedo. 

     Obrigada a todos do Badim. Obrigada por me fazer voltar à vida e com toda essa vontade de fazer melhor. Obrigada por me mostrarem como fazer a diferença. E juntos. 



     Meninas que estão chegando agora: Espero que essa mensagem sirva de conforto para quem está na fase do início do tratamento. O tempo ameniza todas as dores. Vai passar. Acreditem. Eu e todos do meu trabalho acreditamos. :)

     Muitos beijos! 

     


domingo, 18 de maio de 2014

Em que posso ajudar?

     Olá, meninas! Tudo bem?
   
     Não falei que ia tentar aparecer mais? Pois é, estou conseguindo, vamos ver até quando... ;) Estou numa fase beeem complicada em termos de trabalho, mas só nós que passamos por um perrengue-master sabemos que nada é mais importante do que nossa saúde... Então, por mais que fique ansiosa e/ou triste com certos acontecimentos, eu tento relevar e lembrar do que realmente é problema... 

     Mas hoje nem estou aqui para chorar as pitangas, estou aqui para dividir com vocês um pensamento. Vocês viram quantas pessoas se inscreveram para ser voluntárias da FIFA??? 14.000 pessoas. Nada contra, cada um faz o que quer do seu tempo livre. Mas pensei... Poxa, se essas pessoas têm esse tempo livre e estão dispostas a ajudar, por que não ajudar a quem realmente precisa?? Acredito eu que a FIFA possa pagar a todos esses voluntários e ainda sobraria dinheiro... 



     Sei que é um trabalho diferente, que tem a ideia de "participar de um grande evento", de "conhecer pessoas de vários lugares do mundo"... Mas acredito que o principal de se voluntariar é ajudar... Ou não?
E aí pensei, por que essas simplesmente não se dedicam a ajudar uma vez ao ano que seja? Ah, não sabe como? Vai na igreja, asilo, orfanato, hospital mais próximo e se informa do que precisam. Posta no Facebook que quer ajudar, doa sangue... DOA MEDULA. Quer maior ajuda do que salvar uma vida???? 

   
     Hoje nem quero me estender, mas vamos tirar o que esse espírito de ser voluntário trouxe e ajudar a quem realmente importa (acredito que não seja a Fifa...).

     Que tal começar pelo REDOME? Vamos lá... Se inscreve, vai...

     Muitos beijos e um ótimo domingo. E vamos sair de casa com um pensamento... "Já ajudei alguém hoje?"

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Medo, muuuito medo... E porque voltei.

     Olá, meninas!

     Dessa vez eu estava realmente beeeeem sumida. Foram quase 6 meses distante do blog, sem tempo para escrever nem 3 linhas. Sei que tinha prometido para mim mesma não ficar tanto tempo longe, mas o dia-a-dia corrido e a volta à rotina acaba nos afastando de tudo que passou... Todos me falam que é até saudável, mas me prometi que não ia sumir do blog para ser sempre a esperança das pessoas que começam nessa luta (estou vivinha e cabeluda após 3 anos e 3 meses da mastectomia!), então me desculpem por não ter cumprido a promessa, mas cá estou eu de volta. 

     Como vocês devem ter visto, nesse domingo começou uma série no Fantástico sobre câncer de mama. Fiz questão de ver, mesmo sabendo que ia sentir um turbilhão de emoções, de memórias e de sensações... Mas não achei que o "tlec" da biópsia fosse trazer taaaanto medo à tona. 

     Será que foi só o "tlec"?? Naquele momento, ao fazer a biópsia eu ainda era uma pessoa cheia de esperança de que não fosse nada... Poxa, eu sou jovem, não tenho nenhum caso na família, não fumo, não bebo, não sou obesa... E ainda ia à missa quase todo domingo, tratava bem crianças e idosos e ainda adotei um cachorro de rua... Por que ia acontecer comigo???

     Pois é... Aconteceu. E pelo que senti ontem, esse medo nunca vai sumir. Ele pode amainar, mas sumir, sumiiiir, estilo desaparecer, acho que não. E por um lado isso é ótimo... Sabe por quê?? Porque aos (agora!) 37 anos, aprendi que a vida é curta, imprevisível e que não temos absolutamente controle de nadaaaaa. E acho bom que você que está lendo também perceba isso antes que seja tarde.

     Está reclamando porque o trabalho está chato? Só depende de você mudar. Ou aceita ou sai. Reclamar não vai adiantar. Quer aquela bolsa maravilhosa de milhões de reais? Vai atrás se você achar que será uma mulher melhor portando uma. Mas será que ser uma mulher melhor depende de uma bolsa que você carrega? Fica a seu cargo esse julgamento. Não tem tempo de encontrar os amigos (e esse vai mega master blaster para mim...)? Quando você estiver sozinho numa cama (ou leito...), aí sim vai dar valor a cada uma daquelas risadas que vocês davam ao relembrar de tantas histórias... Não pôde fazer aquilo que você queria porque acabou fazendo algo que "esperavam" que você fizesse?? Vai de você e só de você saber o que realmente é importante. A sociedade pode querer um monte de coisas, só a gente sabe o que realmente é o que a gente quer.  

     Vou parar de escrever porque me prometi caminhar 40 minutos ao menos todo dia. Mas prometo que por mais que o medo de ter câncer de novo me assombre, jamais vou esquecer que quero ser feliz e leve em 90% dos meus dias. Que tal você fazer o mesmo? Assista o vídeo e reflita. O que realmente importa?

     Muitos beijos!!!