quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tristeza não tem fim...

     Olá, pessoas!

     Já vou avisando de antemão, caso o título não demonstre com clareza o que estou sentindo: ESTOU TRISTE "pra C%#&@#". Se vocês quiserem largar o blog aqui, e deixar para lê-lo numa próxima postagem, juro que entendo...

     Caso vocês queiram continuar, agradeço desde já, e aviso que o que você vai ler aqui serão apenas palavras do mais puro desabafo. Não vou pensar, não vou censurar, vou deixar vir o que me der na telha e passar direto para minhas mãos. Estou num daqueles momentos em que você precisa "cuspir" tudo o que está travado na garganta, desopilar o fígado, para quem sabe assim, começar a entender tudo que está acontecendo ao seu redor.

     Juro que tento compreender, ser forte, e aceitar o porquê de estar passando por tantas coisas de um ano para cá, mas não estou conseguindo... E mais uma vez, não me venham com culpas ou explicações mirabolantes. Culpa eu não quero nenhuma! Estou dispensando mais uma vez explicações sobre pecados dessa vida, maldades em vidas passadas, carmas familiares, olhos-gordos e afins... Respeito tudo, mas prefiro não ouvir certos comentários. Me desculpem. Sei que se estou aqui me expondo e escrevendo tudo que penso num blog, posso estar aberta a ouvir de tudo. No momento me dou ao direito de não, não ouvir e não ler nada que me faça mal. Obrigada, retorno mais "macia" em breve. 
      Vocês devem estar se perguntando "mas o que houve"? Ficou maluca? Amargurou de vez? Simplesmente tem uma hora que por mais que você saiba que tem que ter pensamentos positivos, se animar, levantar, sacudir a poeira, você não consegue... Sei que é passageiro, que vai passar, que logo, logo estarei mais animada de novo, esperançosa... mas hoje estou triste. E pronto. Quero chorar minhas lágrimas, quero derramar meu sofrimento, quero esgotar meus infortúnios. E pronto. Seguir a vida.

     Porque é assim que tem que ser. Passar pelos momentos difíceis, com dignidade, força e serenidade, aprendendo com todas a adversidades, para nos momentos felizes, saber aproveitar cada minuto com uma nova visão. E sei que dias melhores virão...

     P.S. Como vocês me acompanham e perdem seu precioso tempo me lendo, acho justo vocês saberem o que está acontecendo, afinal, se quis começar um blog, não entendo porque ter certos mistérios e segredos. Dia 16 de outubro é o dia da morte do meu avô - faleceu tem tempo, mas a saudade não diminui, dia 18 de outubro era aniversário do meu pai - morro de saudades dele, jamais vou conseguir superar essa perda... E não bastando esses dias de outubro me trazerem lembranças e me deixarem saudosa, perdi meu padrinho dia 17... Resumindo... meu coração está em frangalhos. Mas não escrevo aqui para ter a pena de ninguém, porque sempre fui forte, e serei novamente. Aguardem as próximas cenas e estarei aqui sorrindo e nessa luta, confiante na cura e no retorno mais do que feliz à vida-normal.

      Obrigada para quem me deu força, apoiou, rezou e torceu para que tudo desse certo. Obrigada para quem continua torcendo e rezando por mim!
      Dessa vez, o post não tem fotos, nem música. Não combina, né?
      E deixo aqui uma frase profunda: Se a gente cresce na adversidade, NBA aí vou eu... 

     Beijos em todas. Para não deixar vocês com uma impressão muito ruim de mim, já já escrevo sobre o dia dos médicos... Atrasado, mas pode, né? :)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Família eh, família ah, família!

     Olá, pessoas!

     Tudo bem? Se eu conseguir postar hoje, essa terá sido a 3a tentativa de escrever esta budega. Aí sabe como é, né? Você se inspira, escreve e na hora do vamu ver, o blogger dá um tilti, e esquece tudo o que você tinha escrito aqui... Que raivaaaaa! Mas como estou trabalhando isso de não me estressar mais, abstraio e, ao invés de querer matar um, jogar o computador longe, saio de perto e deixo para escrever depois... Só que esse depois levou quase uma semana... Mas tudo bem, ele veio! :)


     E por que escrever sobre família só agora? Sei que já escrevi antes agradecendo à minha mãe, ao RC, à minha dida, aos meus primos e tios... Mas dessa vez é mais do que um agradecimento, é um reconhecimento! Sei que só sou o que sou, só cheguei aonde cheguei, só estou tendo forças para continuar nisso tudo, graças a ela, minha família! (E aí incluo aquelas amigas que considero a família que escolhi!)

     Parando para pensar (simmmmm, eu faço isso!), nem sei porque só estou dedicando um post inteiro à minha família só agora... Sou dessas que é super ligada à família. Tenho uma família enoooorme pelo lado paraibano (o da mamis) e uma menorzinha pelo lado do meu pai (pelo menos os que eu conheço), que é uma mistura de "baianos do norte-fluminense" (meu avô foi para a Bahia quando criança e por lá ficou, até voltar para o Rio, para estudar) e italianos. Como toda brasileira, sou essa misturada aí. E dessa bagunça toda, ficou uma pessoa para lá de emotiva, que ama uma família reunida, mesas grandes e gente unida (e comer muito, confesso!:)



     Dessas mesas grandes (nas cozinhas, principalmente - tem coisa melhor do que aquelas lembranças da infância, falando besteira e comendo sem parar na mesa de cozinha?) é que tem vindo forças para eu seguir adiante nessa luta. Sei que ninguém gosta dessa palavra, mas é assim que eu tenho sentido. Tem sim, sido uma luta, uma batalha, uma guerra contra essa     doença maledeta. Ninguém disse que seria fácil, né? Mas cada palavra de apoio, seja através de mensagens pelo FB, SMS, emails e, melhor ainda, visitas ao vivo - e aí vale o Skype, viu? - de cada primo, prima, tio e tia, como é bom, como me traz mais energia para nunca desistir...
E aqui agradeço mais uma vez por cada um de vocês existirem e se fazerem sempre presentes!


    E para comemorar essa nova fase do tratamento, o fim das QTs e o início de uma fase mais tranquila, com o herceptin e o tamoxifeno (depois escrevo um post só sobre esse novo amigo, que ficará ao meu lado por 5 anos...), nada melhor que uma viagem para ver in loco minha família querida: terrinha, aí vou eu!!! "Vou invadir o Nordeste, seu cabra da pesteeee, sou Mangueiraaaa..."! Primos!! E eu tô chegandooooo!!!!! 


     Mil beijos em todas! E uma musiquinha animada... (ia colocar a do Titãs, mas achei que essa era mais feliz! Feliz dia das crianças e de Nossa Sra. Aparecida!)  



     

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Só eu sei...o trauma que você me traz!

     Olá, meninas!

     Como vocês estão? Espero que todas bem, sempre! Ando meio sem cabeça para parar e escrever aqui, mas hoje, depois de um trauma, resolvi colocar tudo para fora no meu divã online...


   




     Fui ao onco ontem fazer a revisão pós-QT. Não vou precisar mais de nenhuma sessão de drogas pesadas, nem de radio. Agora é encarar mais 14 aplicações do Herceptin. O único problema é que tal do Herceptin é cardiotóxico, então, farei ECOs de 3 em 3 meses. Também já devo começar com o tamoxifeno daqui a mais ou menos um mês. E com ele, aqueles efeitos colaterais super agradáveis da menopausa. Imagina, o ser humano ter que passar por isso duas vezes na vida? É, todo castigo para corno é pouco, mesmo! rs Mas, vamos a parte boa: estou bem! Exame de sangue com mais de 50000 leucócitos, uma anemia, mas nada que não volte ao normal logo, logo. Ele me liberou para fazer atividade física, meus cabelos já estão voltando a crescer, deram uma diminuída na queda... É, acho que a vida está voltando ao normal aos pouquinhos... A roda gigante uma hora ia rodar! E eu tinha que subir, né? Chega de ficar lá embaixo! rs

     Engraçado isso... Esperei tanto por esse momento, de voltar à vida aos poucos, e agora tenho sentido um medinho... Esse sábado eu consegui dirigir, fui sozinha à 1a aula do meu curso de Geriatria na UERJ! Uma coisa super simples e eu era o ser mais ansioso na véspera. Mas está sendo bom conseguir vencer um desafio por vez... Na verdade o mais estranho disso tudo é que fui corajosa para tudo, afinal não foi nada fácil receber esse diagnóstico aos 33 anos, encarar cirurgia, encarar quimios, furadas, exames, etc, e para algumas coisas mais simples da vida normal eu pareço ter virado uma medrosa. Acho que é normal, né? Mas a vida está seguindo... E a estrada é beeem longa (e feliz!)!



     Bem, mas nem foi para falar disso que resolvi escrever aqui hoje. E sim para desabafar sobre um acesso de choro que eu tive por uma coisa mais simples do mundo: marcar um exame. Marquei o Eco sem problemas, mas ao me deparar com o pedido de uma nova ultrassonografia de mama, me veio um filminho na cabeça. Farei o exame no mesmo lugar e com a mesma médica onde tudo começou. Pronto! Foi o suficiente para me lembrar daquele fatídico 24 de janeiro. Desabei. Chorei que nem criança. Com direito a nariz escorrendo e tudo mais... Pobre Redator-chefe! Teve que aturar mais essa logo pela manhã. Mas, foi o que ele falou, a culpa não é da clínica, e isso não vai acontecer de novo! Desabafei, desopilei o fígado, coloquei para fora e pronto! Exame marcado! Data: 11/11/11! Bom sinal, né? Sinal de que minha mama direita não vai ter surtado como a esquerda e vai estar beeeem limpinha, sem nenhum nódulo, nada, nada! Chega de susto! Mas serviu para mostrar que o trauma é grande mesmo, viu? A gente vai encarando tudo com força, garra e coragem, mas tem horas que precisamos nos lembrar que não somos super-mulheres o tempo todo... Se bem que sempre adorei as Meninas Super-Poderosas (e conheci várias nesse mundo bloguístico!!!).


     Bem, meninas (Super poderosas!), é isso... é seguir com a vida, aos poucos ela vai voltando ao normal, mas "nada do que foi será, do mesmo jeito que já foi um dia..."

P.S. Uma música dos Novos Baianos, para animar... "quando eu cheguei...tudo, tudo, tudo estava virado..." - como minha cabecinha está agora. A Marisa Monte gravou essa música, adoro, mas não achei um vídeo com ela...:(



     Mil beijos em todas!