
Nossa! Como escrevi abobrinha. Juro para vocês que estou zerada, pura, purinha... Isso tudo vem da minha mente não tão sã mesmo (e sem ajuda de substâncias estranhas)... E tudo isso para introduzir o assunto emocionante de hoje: "Mudei eu, ou mudou o Natal"?
Me senti assim essa semana, quando me vi engarrafada. Era uma coisa que eu estava tão habituada a fazer e que depois desse tempo todo de tratamento, me via fazendo de novo. Exatamente no mesmo lugar. E acho que é nesses momentos em que você se dá conta e realiza tudo que um diagnóstico de uma doença grave pode mudar na sua vida. Sim, porque só de ter tido seu nome associado à palavrinha dos in#&%$¨, de uma *&¨%$#, você já passa a olhar para a vida de uma outra forma. Um susto desses não é para os fracos não... Ah, mas não mesmo! Só os F_ D_S sobrevivem... porque forte é pouco para o que somos.
Aí, no prazo de menos de uma semana me vi num lugar que há anoooos eu não ia. Vocês já estão achando que virei a intelectualizada, a filosoficamente falando sábia, um ser magnânimo e tive esse surto em pleno museu, jardins projetados por Burle Marx ou numa montanha elevada e com águas cristalinas, né? Mas, nããããããoooo... A clarividência ocorreu num surto consumista, na Babilônia Feira Hype.
Sei lá desde quando eu não ia na Babilônia. Mas quando era mais XOvem, eu ia com as minhas amigas em todas as edições, PRECISAVA ter umas roupinhas que só tinham lá (super descolada eu, né? Eu e todas as meninas tínhamos as mesmas roupas, dos mesmos lugares... Ahhh, mas era da Babilônia... Uhuuu, não me visto em shopping...). Tá, daí a 5 dias essas mesmas lojas estavam abrindo em shoppings, mas eu continuava fazendo parte de um bando, de um grupo, era mais uma igual...
Aí... eu cresci, amadureci e tive um câncer. Andei de lenço sem ser por estilo, estou de cabelo curtinho não por querer provar para ninguém que não me "vendo a essa cultura midiática", estou assim porque o tratamento fez isso comigo. E percebi que todos querem fazer parte de um grupo, de uma galera... As pessoas precisam se sentir queridas em um meio, não importa qual ele seja... E para isso precisam usar roupas dessa grife, estampas desse jeito, sapato daquele... E para conseguirem esses objetos de desejo ou "marcador de gado" que seja, elas se estapeiam, esquecem as regrinhas básicas de educação e vão à luta. Mesmo.
E eu vi que isso tudo é tão ridículo. Olhei ao meu redor e fiquei um bom tempo observando de fora das tendas. Eu queria certas coisas, claro, sou mulher... E mesmo com um peito a menos, continuo tendo surtos de consumismo. O que não acho legal é não dar passagem para idosos, é pode passar na frente dos outros sem pedir licença, é não abrir espaço só porque... sei lá porque... PRECISOOOOO desse colar (que mais parece uma alegoria de escola de samba!), NECESSITO dessa calça (que mais parece que o marca-texto virou em mim...Não a canetinha, a fãbrica inteira!). Educação saiu de moda? Me avisem. Por que quero continuar fazendo parte de um grupo sim... o dos educados e daqueles que não precisam estar assim ou assado para serem queridos pelos outros. Afff, desabafo fashion hoje, hein?? :)
beijos beijos!!!!!